APÓS A BANDEIRADA: A FELICIDADE DO VETERANO OFUSCA O JÁ TRICAMPEÃO
Deixe um comentário8 de março de 2023 por Lucas Rafael Chianello
No primeiro dia dos testes de pré-temporada, Fernando Alonso colocou a Aston Martin em segundo lugar ao ficar a apenas 0.029s da Red Bull do atual bi e futuro tricampeão Max Verstappen.
Nos treinos livres, foi o mais rápido.
Estaria a equipe mudando a ordem de forças da Fórmula 1?
Sim, o que ficou comprovado no pódio da estreia da temporada: a Mercedes que corrige o efeito golfinho não tem mais a forma dos anos dourados e a Ferrari pós-Mattia Binotto começa sem errar na estratégia ao mesmo tempo em que não rende em corridas, e ainda sofre uma quebra com Charles Leclerc.
Prato cheio, portanto, para a liderança modorrenta de Verstappen dar lugar ao renascimento do já veterano Alonso, que consegue um pódio pela nova equipe logo em sua primeira corrida, feito alcançado anteriormente apenas pelo aposentado Sebastian Vettel no GP do Azerbaijão de 2021.
Outro pódio viria no mesmo ano na Hungria, na inusitada vitória de Esteban Ocon, mas a equipe foi desclassificada.
Sempre capa de jornal por suas reclamações “sinceronas” e explosivas, a transmissão oficial da Fórmula 1 captou uma transcrição de rádio para ninguém botar defeito, quando Alonso (não recordamos agora em qual volta) diz que o carro é ótimo de guiar.
Felicidade reveladora.
O agora calvário da Mercedes fez com que George Russell já jogasse a toalha, ao dizer para todos em alto e bom tom que a Red Bull vencerá todas as corridas do ano.
Todas?
Difícil.
Boa parte delas?
Com certeza.
Enquanto isso, Lewis Hamilton tratou de dizer palavras de incentivo pelo rádio, enquanto recolhia o carro aos boxes, terminada a corrida.
Lembrando que Hamilton e Alonso protagonizaram uma bela briga por posições como nos tempos em que foram companheiros de McLaren.
Alonso disse que na próxima corrida a equipe estará ainda melhor, enquanto Verstappen, ao menos tentando ser educado, disse que Alonso vencerá corridas esse ano.
Educação bem diferente do companheiro Sérgio Pérez e do consultor da equipe Helmut Marko, que fizeram questão de atribuir à Aston Martin uma cópia da Red Bull ao dizerem que três carros da equipe ficaram no pódio.
Como dizia a criançada que jogava bola comigo no Romeu Cagnani da gloriosa Vila Togni quando éramos crianças: “ceis tão ganhando e uceis que tão reclamando.”
Choradeira desnecessária para quem faz as pessoas nem lembrarem mais que até dias atrás a Mercedes ganhava tudo.
Menções Honrosas
Cogitado ser substituído pelo brasileiro Felipe Drugovich após um acidente de bicicleta no qual quebrou o pulso direito e teve de passar por cirurgia, Lance Stroll, filho do dono, fez tudo do jeito que o professor pediu, jogou pensando na família e terminou entre os seis primeiros.
Pontuaria na época da clássica distribuição de pontos.
A Alfa Romeo pontou com Valtteri Bottas em oitavo e levou a volta mais rápida da corrida com Zhou Guanyu, confirmando a expectativa de melhora da pré-temporada; Zhou liderou o segundo dia de testes.
O nono lugar de Pierre Gasly, na estreia pela Alpine, seria só mais um se não tivesse passado por 11 carros após largar em último.
Alexander Albon também confirmou a expectativa de melhora da Williams na pré-temporada e fechou a tabela de pontuação.
Menções Desonrosas
Não bastasse Lando Norris ter esmurrado a parade da garagem da equipe na pré-temporada, a McLaren mau andou no Bahrein.
Oscar Piastri, estreante, sequer terminou a corrida e Norris foi aos boxes seis vezes.
A gigante vive seus dias melancólicos de equipe minúscula e dá razão a Daniel Ricciardo estar muito mais feliz hoje vendo as corridas pela TV como reserva da Red Bull.
Devolvam pro Ron Dennis.
Se por um lado Zhou fez a volta mais rápida, por outro se mostrou passivo demais como sempre; se não apresentar maiores credenciais, vai encerrar precocemente a aventura chinesa na Fórmula 1.
Théo Pourchaire, do programa de jovens talentos da Sauber, iniciou a Fórmula 2 na liderança do campeonato e tá bem de olho na vaga com a mudança da Alfa Romeo para a Audi.
Se Stroll fez tudo do jeitinho que o professor mandou e jogou pensando na família, Zhou poderá ficar sem contrato se ao final da temporada tiver reformulação do elenco com a chegada do novo treinador.
Esteban Ocon, por sua vez, desonrou as origens argelinas e operárias para colecionar punições.
Vamos à Arábia Saudita, o maior paraíso das liberdades civis e políticas da crosta terrestre, onde ano passado um míssil yemenita atingiu as instalações da Aramco, não muito longe da pista
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