APÓS A BANDEIRADA: O FOGUETE RUBRO TAURINO

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29 de agosto de 2022 por Lucas Rafael Chianello

As transmissões oficias da Fórmula 1 no Brasil tiveram certas expressões, digamos, eternizadas.

Nos tempos de uma determinada emissora, o famoso narrador dizia, nos GPs Brasil, que “A chuva vem da represa, amigo!”.

Dizia, também, que fulano “freou pra lá do deus me livre”, “manda quem pode, obedece quem tem juízo”, “chegar é uma coisa, passar é outra.”

Ontem, em Spa-Francorchamps, vimos uma Red Bull extremamente potente que não deu qualquer chance aos adversários mesmo com Max Verstappen largando em 14º após punições devidas às trocas de componentes do carro.

O já virtual campeão de 2022 tinha feito a pole no sábado, da qual não largou devido às punições.

Mesmo assim, sem muito esforço, passeou num domingo ensolarado com as arquibancadas já habituadas ao mar laranja que se faz em torno de sua torcida; ainda mais na Bélgica, país onde nasceu.

A escolha pela bandeira holandesa veio com a maioridade, pois apesar de ter nascido em território belga, na cidade de Hasselt, Verstappen sempre correu com licença holandesa e o pai, Jos, conhecido de nós da geração anos 1990, é holandês.

Circuito de alta, Spa-Francorchamps tem cerca de 70% da volta com o pé cravado no acelerador, o que faz ser considerado o preferido de nove a cada dez pilotos.

Com o início da era híbrida (motores impulsionados por combustão e eletricidade), os Mercedes eram tidos como os mais potentes, até que com o novo regulamento aerodinâmico, o RBPT (Red Bull Power Train), rebatizado de uma cooperação com a Honda, passou a ser o mais potente do grid e sem dúvida nenhuma é o grande responsável pela dobradinha estrondosa da equipe.

Verstappen assumiu a liderança ao ultrapassar Carlos Sainz após a primeira parada para a troca de pneus e ao completar a volta, a diferença para o ferrarista já era de espantosos dois segundos!

A melhor forma de explicar o domínio rubro taurino em critérios territoriais para a definição da nacionalidade de Verstappen vem de uma frase eternizada pelo narrador, botafoguense, da atual transmissão oficial da Fórmula 1 para o Brasil: “foguete não dá ré.”

Por isso que foi fácil vencer largando de 14º.

Menções Honrosas

Com Fernando Alonso em quinto e Esteban Ocon em sétimo, a Alpine, que no linguajar das transferências desportivas tomou um “chapéu” da McLaren pelo jovem australiano Oscar Piastri, abriu 20 pontos de vantagem no mundial de construtores sobre a rival.

Se continuar como está, levará um honroso quarto lugar ao final da temporada.

Alexander Albon, a exemplo da Austrália e de Miami, pontua com a Williams ao chegar em décimo.

Largou em sexto devido ao festival de punições aos pilotos da frente, acertou na estratégia e segurou quem, de asa móvel e tudo, vinha atrás na disputa pelo último e glorioso pontinho.

O foguete rubro taurino vence incontestavelmente em Spa-Francorchamps, na Bélgica.

Menções Desonrosas

Charles Leclerc, também punido após a classificação por trocas de componentes e largando do final do grid, vinha em quinto com um desempenho não muito bom após um toque de Pérez.

A equipe o chama aos boxes, ele avisa não haver diferença suficiente para Alonso e mesmo assim calça os pneus macios para tentar a volta mais rápida.

É ultrapassado, tenta fazer a volta mais rápida devolvendo a ultrapassagem, não consegue e perde cinco segundos no tempo final de prova por exceder o limite de velocidade na pista de garagem.

Êêêêêê, Ferrari!

Algumas comunicações de rádio entre piloto e equipe são, digamos, particulares demais.

Desnecessária a geração oficial da Fórmula 1 grampear, dedurar Alonso por ele ter dito que Lewis Hamilton era um idiota e só sabia largar e andar em primeiro.

Animosidade desnecessária por divulgação de conversa privada.

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