APÓS A BANDEIRADA: LECLERC COLOCA VERSTAPPEN PARA DANÇAR

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12 de julho de 2022 por Lucas Rafael Chianello

A largada do Grande Prêmio da Áustria foi definida no novo formato de minicorrida, disputada no dia anterior.

Max Verstappen venceu, com Charles Leclerc em segundo, a 1,675 segundos de distância depois de 23 voltas e Sainz, em terceiro, a pouco mais de 5,644 segundos do líder, ou seja: uma diferença bem achatada entre os três primeiros.

Logo, a classificação da minicorrida permitia concluir que o domingo não seria um passeio da Red Bull em casa.

Após a largada, Leclerc sempre tratou de manter Verstappen em sua alça de mira, de modo que quando liberado o uso da asa móvel, pudesse utilizá-la.

Mais uma vez o motor Red Bull respondia na tração de saída das curvas, o que dificultava a manobra de ultrapassagem do ferrarista.

Entretanto, o próprio Verstappen, pelo rádio, avisou à equipe que seria difícil sustentar a posição e lá foi Leclerc numa linda manobra por dentro, após o segundo trecho de asa móvel, assumir a liderança da prova para começar seu passeio.

Numa corrida de duas paradas, foi para as trocas de pneus antes de Verstappen e quando não ultrapassou na tática, ultrapassou na pista, para decepção do mar laranja que tomava as arquibancadas do Red Bull Ring.

Como a Ferrari ainda reserva algum suspense sobre suas conquistas, a lavada só não foi maior porque Carlos Sainz quebrou justamente na hora de fazer a ultrapassagem que seria da dobradinha e nas voltas finais, Leclerc reclamou do pedal do acelerador pelo rádio.

Bandeira quadriculada para o monegasco e lá se vão seis pontos da vantagem de Verstappen na liderança do campeonato, que não foram sete porque ele fez a volta mais rápida.

Se serve de consolo, a Mercedes, com Lewis Hamilton em terceiro e George Russell em quarto, somou 33 pontos no Mundial de Construtores e a equipe foi a que mais pontuou no final de semana; há quanto tempo isso não ocorria, mesmo?

Final de semana ruim para os segundos pilotos, pois além da quebra de Sainz, Sérgio Pérez, que se envolveu num toque com Russell logo na primeira volta, saiu zerado da Áustria depois de abandonar a prova.

A impressão é de que Ferrari e Red Bull disputam a maior velocidade final de reta na medida em que os carros são atualizados.

A Ferrari começou a temporada engolindo a adversária no Bahrein, pista com imensas retas, e na Austrália, onde apesar do circuito de rua, boa parte da volta é com 100% de aceleração.

Porém, na Arábia Saudita, em Miami e no Azerbaijão, era nítido que, sem as quebras do Bahrein e da Austrália, a Red Bull falava mais alto nos pontos de aferição de velocidade, enquanto a Ferrari vivia de seus brilharecos de voltas rápidas na classificação.

No Canadá, a Ferrari alcançava velocidade maior, mas a tração da Red Bull nas saídas das curvas fez Carlos Sainz adiar o sonho da primeira vitória e agora, no velocíssimo circuito austríaco, é quem registra as maiores velocidades de reta novamente.

A questão é que quando a Ferrari errou e teve problemas, a Red Bull aproveitou super bem, a ponto de colocar seus dois pilotos nos dois primeiros lugares do campeonato.

Quando a Red Bull teve problemas, a Ferrari errou com Leclerc em Silverstone, após a entrada do carro de segurança na parte final da prova e anteontem, o baile daquela que até aqui é, disparada, a melhor performance de Leclerc na carreira, com direito a dancinha de ziguezague na chegada, foi minimizado com um segundo lugar e uma volta mais rápida.

O sol que brilha em Maranello por enquanto não é tão radiante quanto o que brilhou em Milton Keynes.

Será preciso manter o foco e trabalhar muito para descontar a diferença.

Menções Honrosas

Esteban José Jean-Pierre Ocon-Khelfane é dono de uma das mais lindas histórias de superação da história da Fórmula 1: a família vendeu tudo e foi morar numa van para ele correr de kart.

Sem dúvida alguma é le travailleur do grid.

Francês também descendente de espanhóis e argelinos, anotou um senhor quinto lugar com a Alpine, que por sua vez já se coloca como consolidada para brigar pelo título de quarta força do campeonato.

Se continuar como está, terminará a temporada a frente da McLaren.

A Haas, com Mick Schumacher em sexto e Kevin Magnussen em oitavo, novamente coloca seu carro entre os 10 primeiros e de quebra Schumaquinho leva o prêmio de piloto do dia na votação do público.

A felicidade de Günther Steiner em Silverstone e Spielberg com certeza renderá um ótimo material para a Netflix.

Menções Desonrosas

Diversas foram as denúncias de assédio, machismo, sexismo e homofobia nas arquibancadas do Red Bull Ring.

Um comportamento imbecil que deve ter punição à altura.

Uma torcedora de Lewis Hamilton foi assediada e levada à garagem da Mercedes nas voltas finais da corrida.

Ridícula essa objetificação da mulher, em arenas esportivas e em qualquer lugar.

Qualquer pessoa merece assistir a um espetáculo esportivo em paz independentemente de sua constituição física.

De volta às menções honrosas acima, parabéns ao Verstappen, que condenou a atitude.

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